sexta-feira, 3 de julho de 2015

SUPREMO DECIDIRÁ SOBRE REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, APÓS MANOBRA DE CUNHA


Após manobra orquestrada pelo presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha,  que conseguiu aprovar a redução da maioridade penal em primeiro turno mesmo após o tema ter sido rejeitado em plenário no dia anterior, será agora analisada no Supremo Tribunal Federal (STF).

Membros do STF já se pronunciaram sobre o assunto e foram enfáticos ao reprovar a conduta do presidente da Câmara Federal: “Vivenciamos tempos muito estranhos, com perda de parâmetros, abandonos de princípios. Não se avança culturalmente assim, abandonando a Constituição Federal. Isso é um retrocesso”, criticou o ministro Marco Aurélio Mello, do STF.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, que liderou a mobilização dos governadores do Nordeste para evitar a aprovação da proposta, também opinou sobre a matéria: “representação gráfica da inconstitucionalidade. Segundo a Constituição, isso não pode ocorrer no mesmo ano”, disse.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também criticou a atitude de Eduardo Cunha. “Temos de ter a clareza que a alteração tópica da redação de uma PEC não é suficiente para retirar um fato: a matéria foi rejeitada em um dia e aprovada no dia seguinte. É justamente esse fenômeno que a Constituição proíbe”, disse a entidade, em nota divulgada ontem. A OAB informou que ingressará com uma ação no STF para tentar barrar a promulgação da proposta, caso aprovada na Câmara e no Senado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário